Todo carnaval tem seu fim

O deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA) entrou nesta terça (30) com pedido de renúncia ao mandato na Câmara. Ele teria mais dois meses de mandato. Segundo ele, a renúncia foi motivada por uma "extravagante situação". Jader Barbalho se candidatou a senador pelo Pará neste ano, obteve votos suficientes para se eleger, mais precisamente 1,8 milhões de votos. Mas, com base na Lei da Ficha Limpa, teve a candidatura barrada em todas as instâncias, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF).

Barbalho foi barrado pela Lei da Ficha Limpa por ter renunciado em 2001 ao mandato de senador para escapar de um processo de cassação. Na ocasião, ele era investigado por supostos desvios de recursos no Banpará e na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Ele sempre negou as irregularidades.

Nesse momento, os defensores da Ficha Limpa devem estar um pouco aliviados. E não só esses, afinal, os votos para Jader foram anulados e a vaga dele no Senado provavelmente ficará para Marinor Brito (PSOL).

Finalmente, nosso podcast!

Esse programa de rádio foi gravado no dia 25 de outubro. Seis dias antes do segundo turno. O tema da lei da Ficha Limpa é o foco central, além disso o modo com que os meios de comunicação trataram o tema fizeram parte da pauta.
A reportagem especial é de todos do blog, Amanda Mendes, Fernando Caixeta, Maria Carolina e Wemily Batista. A locução de Amanda e Maria. O atraso para postar no blog não diminui sua relevância. Ouça e comente, nós garantimos que vale a pena!

Depois da cara, a barba dos ficha-suja

 Depois de mostrarmos AQUI a cara de alguns candidatos ficha-suja que tiveram votos o suficiente para se eleger, trazemos uma anedota para descontrair. Afinal, hoje é quinta-feira.

Ps: Similaridades com o mundo real, nesse caso, não são mera coincidência.

O barbeiro

Certo dia um florista foi ao barbeiro para cortar seu cabelo. Após o corte perguntou ao barbeiro o valor do serviço e o barbeiro repondeu:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.

O florista ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um buquê com uma dúzia de rosas na porta e uma nota de agradecimento do florista.

Mais tarde no mesmo dia veio um padeiro para cortar o cabelo. Após o corte, ao pagar, o barbeiro disse:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.

O padeiro ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um cesto com pães e doces na porta e uma nota de agradecimento do padeiro.

Naquele terceiro dia veio um deputado para um corte de cabelo. Novamente, ao pedir para pagar, o barbeiro disse:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.

O deputado ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, quando o barbeiro veio abrir sua barbearia, havia uma dúzia de deputados fazendo fila para cortar cabelo .

Só Jesus salva

Ivo Cassol (PP), senador eleito de Roraima, se livrou da Ficha Limpa. Em agosto, o Tribunal Superior Eleitoral de Rondônia (TSE-RO) liberou sua candidatura por meio de uma liminar. Ele era acusado de compra de votos e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RO) começou um processo de cassação. Entretanto, na instância seguinte, o TSE o absolveu da cassação (as vésperas da eleição). Por isso, Ivo Cassol não foi enquadrado pela lei da Ficha Limpa.

O caso agora é outro. A Procuradoria Regional Eleitoral de Rondônia (PRE-RO) entrou com um pedido de investigação judicial eleitoral contra o senador eleito e mais sete pessoas pela prática de crime eleitoral. Vale lembrar que nessas eleições já não eram mais permitidos os antigos “Showmícios”, em que famosos, padres, pastores, pais de santo, cantores e todo tipo de celebridade ou sub-celebridade subiam em um palanque (pagos) para pedir votos ou apenas angariar público para o comíssio. Cassol é acusado de usar um evento religioso para promover sua candidatura nas eleições deste ano.

O evento que motivou o pedido da PRE-RO foi um show evangélico da Igreja Mundial do Poder de Deus, no município Rolim de Moura, no dia 18 de setembro. Na data, O apóstolo Valdemiro Santiago solicitou às mais de 10 mil pessoas presentes no evento que votassem naqueles candidatos, dizendo que eles eram “obra de Deus” e seus amigos. O evento foi transmitido pela televisão e na internet. Para a PRE-RO, houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Além disso, o apóstolo Valdemiro Santiago participou de um programa eleitoral do governador João Aparecido Cahulla, onde aparece pedindo apoio ao candidato. Por esse episódio a Procuradoria pediu que o apóstolo Valdomiro Santiago fosse multado em R$ 200 mil.

Para quem não se lembra de Valdemiro Santiago, basta ligar a TV. Sua igreja comprou horários em diversas emissoras de TV, onde exibe cultos e testemunhos de "milagres". Recentemente, um desses milagres virou webhit. Depois de aparecer em um ranking de melhores momentos da Tv na semana, o Top Five do programa CQC, o vídeo que mostra o depoimento de uma mulher curada da prisão de ventre teve milhões de acessos e virou piada.

TSE cassa Marcelo Miranda

Com base na Lei da Ficha Limpa, o Tribunal Superior Eleitoral cassou na noite dessa terça-feira (16) o registro de Marcelo Miranda, do PMDB. O senador eleito pelo estado de Tocantins teve a candidatura questionada pelo Ministério Público Eleitoral.

Em setembro do ano passado, Marcelo Miranda teve o mandato de governador cassado por abuso de poder durante as eleições de 2006. A defesa do candidato deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

Leandro Fortes fala sobre a Lei da Ficha Limpa

Entrevista realizada com o jornalista investigativo da revista Carta Capital, Leandro Fortes. Temas como a candidatura de Joaquim Roriz, a cobertura midiática na Lei da Ficha Limpa e a inversão de valores no contexto político são abordados na conversa.

Produzido e editado por Maria Carolina.